19/05/2012

“Meu querido diário …”

Hoje, sábado, passei um belo perrengue para encontrar um caderno de 200 folhas, espiral, para formar meu próximo diário.
“Oi? Você, nesta sua provecta idade, mantém um diário?”
Sim. Desde os 16 anos. Não que eu tenha os diários desde os 16 anos, seria uma tolice. Eu já me muero de vergonha de ler coisas que eu escrevia há vinte e tantos anos, imagine coisas escritas quando eu tinha 16 anos!!
E por que manter um diário?
No meu caso, porque eu gosto de escrever. Sempre gostei, apesar de ter começado mal: eu era meio lenta e estava sempre de castigo, porque não acompanhava o ditado da professora. Naqueles tempos, minha letra era um horror, um grupo de garranchos que nem eu conseguia entender. Depois de um tempo de terapia – e uma viagem à França, quando eu comprei uma caneta tinteiro – minha letra começou a melhorar, sensivelmente. Ainda é meio infantil, talvez um reflexo da minha alma, mas bem mais legível.
De volta ao diário: por que eu escrevo em um diário? Porque é uma forma de não explodir, é uma forma de ordenar e organizar os pensamentos. Nunca tive a pretensão de que meus escritos fossem considerados clássicos. Apenas uma forma de não enlouquecer.
Lembro-me de quando meu pai morreu. Escrevi por três vezes:
“Moscou não acredita em lágrimas. Meu pai morreu.
 Moscou não acredita em lágrimas. Meu pai morreu.
 Moscou não acredita em lágrimas. Meu pai morreu.”
E quando aconteceu o 11 de Setembro, só consegui falar sobre o que me assustava quando comecei a escrever em inglês.
Gosto de usar as páginas para anotar frases, letras de músicas, além do que eu sinto. Às vezes, a palavra do outro traduz corretamente o que eu estou sentindo, às vezes, uma imagem cabe perfeitamente no lugar de um montão de palavras. Como aquele trecho de Shakespeare, palavras cheias de som e fúria, significando nada. Às vezes, muitas palavras, às vezes, um palavrão. (Engraçado, eu não costumo usar palavrões. Bem, só quando a Maria Arquibancada se encheu com os caminhos do time do coração, que foi para a série B). De uns tempos para cá, quando eu mergulhei fundo nos caminhos do scrapbooking e dos cartões, comecei a utilizar esses embellishments para enfeitar as páginas. Sim, de repente eu posso topar com fitinhas, adesivos, punches …
Eu ainda não tenho tanta intimidade com o blog, mas gosto de fazer desse lugar um caixotinho de sabão, como no Hyde Park, onde eu posso falar o que eu quero – com o devido cuidado, claro, para não ofender a honra de ninguém. Ser politicamente correta? Não dá. Mesmo por que (porque?) o politicamente correto é falso, e tudo o que eu não quero ser é falsa.
Talvez eu gostasse de desenhar, também. Ficaria interessante; mas eu não sei desenhar, vamos parar de tentar correr mais que as pernas podem aguentar. Escrever é bom.
Ah, sim … Colar fotos é uma diversão. Quando eu era bem mais jovem, dos ídolos do cinema e da música. Ultimamente, fotos de lugares que eu visitei ou que quero visitar, um dia.
Outra coisa: jamais escrevi “Querido diário”, quando faço uma entrada.
De onde tirei a idéia de manter um diário? De dois livros que minha irmã lia, quando adolescente: “O diário de Danny” e “O diário de Ana Maria”, os dois, de uma editora católica, contando as aventuras de dois jovens adolescentes com todos os seus problemas e confusões.
Uma coisa que sempre faço: todo início de ano, há uma foto comemorando o fato. Nos últimos anos, utilizo o cartão que a Pintar! ® me manda. Fica interessante.
O remédio serve para todos? Claro que não – nem todo mundo gosta de escrever.  Porém é interessante : que não passe um dia sem uma linha escrita. Acabei de ver que quem tinha isso como motto era nada menos que Ludwig van Beethoven.
Então, ‘bora escrever, pessoal!!

13/05/2012

“Out of the night, when the full moon is bright …”


Estou com uma baita gripe, o dia está xexelento, apesar de ser dia das Mães, e eu estava remexendo em algumas memórias. Eu tenho uma caixinha mental onde guardo meus momentos mais queridos. Um desses momentos era a minha posição de tele-vizinha (*). Nesta posição, eu me deliciei com coisas muito legais, como boas novelas e boas series. Uma dessas excelentes séries foi “Zorro”, dos Estúdios Disney.
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Para uma garotinha de sete para oito anos, Don Diego de la Vega era O herói. Esperto, ágil, um excelente espadachim e, mais que tudo, LINDO!!
Acho que nenhum ator – exceto Clark Gable e Tom Selleck – envergou tão bem um bigode.
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Don Diego, digno de uma propaganda de CloseUp.
Os episódios eram, na maior parte das vezes, divertidos. Zorro x Sargento Garcia (Henry Calvin, dublado por Orlando Drummond, o “seu” Peru) era garantia de excelentes risadas. Aliás, o gordo sargento pelava-se por um bom copo de vinho e, no final da série, já torcia para o Zorro, pois o vilão, Cap. Monastário, era o “cão”!
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(Sargento Garcia, divertindo-se com uma boa caneca de vinho – ou uma caneca de bom vinho??)
Falando em Cap. Monastário, Britt Lomond era o escolhido por Disney para fazer o papel de Zorro, mas Guy Williams venceu a parada. (A mesma coisa aconteceu no filme “A marca do Zorro”, de 1940, quando o melhor espadachim era Basil Rathbone, mas não era bonitão como Tyrone Power  …)
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(Britt Lomond & Guy Williams, ou Cap. Monastário & Don Diego)
Em alguns episódios, a presença de Don Alejandro, o pai, e Bernardo, o criado mudo (e, para todos os efeitos, surdo), era bastante relevante.
alejandrodiegobernardo
E, em alguns episódios, a gente podia se divertir com a presença de Cesar Romero, o tio Esteban, um grande trambiqueiro.
Cesar Romero
Essa abertura me fazia esquecer qualquer coisa ao meu redor.
Mais informações sobre um dos bigodes mais bonitos da telinha, aqui.
(*) Tele-vizinha: uma espécie em extinção, muito popular no final da década de 50 einício da de 60. Pessoas de qualquer idade que se reuniam na sala de estar de qualquer um sortudo um suficiente para ter uma televisão em preto&branco, SEM controle remoto. Que? TV à cabo?? Sim, até existia, nos episódios de Startrek.
(As fotos eu cacei na internet. Se alguém souber a origem, me falem!!)