29/08/2010

Uma dor de cabeça a menos

Atlético (MG) 1 x 2 Palmeiras.

Pelo menos isso, para começar a semana!

Birds_Chongas

Tenha medo. Tenha MUITO Medo.

“Penso em criar um organismo muito forte, juntando todas essas forças que nos apóiam, para que nunca mais a gente possa permitir que um presidente sofra o que eu sofri”.
Como é que é?? Eu fui dormir no Brasil e acordei na Alemanha de 1933? Na Itália de 1920? 
Dou uma goiabinha para quem adivinhar quem falou isso.

22/08/2010

F.A.C.E. (*) – capítulo 1 (By FlyLady)

Estou tentando, até agora, imaginar a cara da atendente que recebeu meu chamado para fazer o cancelamento de um cartão de crédito. Minha preguiça é grande, para ir todo o mês numa agência bancária para pagar oito reais de fatura.  Preguiça grande, mesmo! Pois a moça não se conformava com o fato de eu não querer manter o cartão.

“Mas a senhora tem de considerar que o seu crédito é grande!”

Sim, pensei eu, e esse crédito pode se tornar débito “asi de facil”. Depois de muita conversa fiada (eu disse fiada), a senhorinha se dispôs a efetuar o cancelamento do cartão. Não sem muitas “ameaças veladas”. Por nada, não, o gerente da minha conta também ficou com o olho arregalado quando eu pedi para ele baixar o limite do meu cheque especial. Eu já sofri demais com isso, por tanto, é mais do que tempo de parar de sofrer.

É isso, meus amigos: estou tentando transformar minha vida numa coisa mais simples. Estou tentando não cair tanto nessa sanha consumista. Bem, quase. Pelo menos, o que eu estou comprando agora (coisinhas para bijous e coisinhas para cartões) está sendo pago na hora, sem demora. É que eu estou querendo viajar, de novo, ano que vem. Quero ver se, em setembro, estou de novo em Nova Iorque. E, desta vez, com verba suficiente para fechar uma compra na The Ink Pad, sem ter de tirar isso ou aquilo, pois a conta ficou alta demais.  E, se a loucura permitir, passar uma noite no Algonquin. Ou no Pennsylvania. Já pensou??

De resto, vamos bem. O trabalho está bem. O meu time … Pelo menos, não perdeu. E o Mago voltou!!

(*) Financial Awareness Continually Empowers – Conscientização financeira te deixa cada dia mais forte (mais ou menos isso)

15/08/2010

Meu mundinho de novelas

Todos os que me conhecem – e não são muitos, posso afiançar – sabem que eu sou apaixonada por novelas, principalmente as bem escritas. Isso vem desde pequena, quando em casa não havia televisão mas havia rádio, e minha mãe ouvia as novelas da Rádio São Paulo, dirigidas pelo Urbano Reis. Confesso que, na época, eu não gostava muito daquilo e preferia ouvir uma rádio que tinha programas em japonês (???) ou o programa de rádio do Sílvio Santos (a-hai!), sem o Lombardi, que agora está fazendo narrações no Céu.

Sério, eu adorava ouvir o programa dele, principalmente quando ele encenava trechos de “Jerônimo, o herói do Sertão” ou “Histórias que o povo conta”, com casos sobrenaturais. Isso, à tarde, pois pela manhã eu adorava ouvir “Patrulha Bandeirantes”, uma espécie de “Aqui, agora” falado.

Pois: sim, eu gosto de novelas, e sempre achei Ivani Ribeiro a Senhora dos destinos dos folhetins. Logo em seguida vinha Janete Clair, mestra, também, na arte de criar tramas e personagens. Silvio de Abreu é outro mestre dos folhetins da telinha. Gosto tanto que tenho uma novela no meu coração: “O privilégio de amar”, remake de “Os ricos também choram”, do SBT. Sim, quando se fala em novelas, o must é a Globo, o trash é o SBT e suas novelonas mexicanas. Aí é que a porquinha  (hein?) torce o rabo. Eu gosto de novelões mexicanos. Aquela choradeira, aquela maldade concentrada – talvez tão concentrada quanto os perfumes e a quantidade de maquilagem usada – tudo isso me atrai. “O privilégio” tinha as maldades, o rezar para a Virgenzinha (de Guadalupe), uma filha abandonada, um passado que condena, uma vilã excepcional em suas maldades (D. Ana Joaquina), uma garota que se entrega ao mocinho, engravida e descobre que a jararaca da namorada do mocinho também está grávida e ele precisa se casar com ela para reparar “o mal feito”. O que? Você já viu isso em algum lugar? Desde os tempos de “O direito de Nascer” você já ouviu isso. Trata-se de um dos clichês mais fulgurantes – e um dos mais gastos – dos folhetins. Isso causa sofrimento, percalços e, é claro, um final absolutamente feliz entre mocinha, mocinho e pimpolho. E quanto aos malvados?

No Brasil, é sabido que não há pena de morte oficial. Porém, em novelas, a pena de morte existe. E quanto pior forem as maldades cometidas durante os capítulos que precedem o final da novela, mais horrorosa será a sua morte. O que acontece, atualmente, é que estão acontecendo muitas mortes de vilões. E eu acho isso injusto, pois os bonzinhos também vão morrer. Morrer é a única certeza que o ser humano tem, embora não saiba quando. Eu sei, o povo exige a morte do vilão, já que, na vida real, muitos bandidos estão por aí, leves e vivos, enquanto suas vítimas estão apodrecendo num caixão. Ou seja, morte não é castigo para ninguém. Diria Petronius, em “Quo Vadis”: não é só necessário viver bem, é preciso morrer bem. Uma cadeiazinha cairia bem para eles, não é mesmo?  Cadeia, trabalhos forçados e nada de regime semi-aberto, progressão de pena, essas coisas. Puxar cana até o final da pena, sem direito a condicional, como eu aprendi no “Medical Detectives”.

Falando da minha novela favorita: a vilã, D. Ana Joaquina, livra-se das pessoas que atrapalham seus planos e vai, linda e leve, confessar seus pecados. Não é maquiavélica? Ela divide seu fardo com quem não pode entregá-la para a polícia. Até que chega um momento em que isso não pode mais ser feito, e ela é presa. sim, a novela termina com a prisão dela, que se mantém impenitente! Ou seja, é o mal concentrado! Delirei com o final da personagem.

Agora, uma morte de vilão que me impressionou – tanto que penso nela até hoje – foi a de um vilão em uma novela, também mexicana, em que o sujeitinho do mal planeja sua morte. Explico: ele planeja passar-se por morto, é enterrado sob os olhos de um monte de testemunhas, só que, dentro do caixão, ele tinha um tubo de oxigênio, que duraria por duas horas após o enterro, quando uma das vítimas da chantagem do ruinzão deveria ir até o cemitério, desenterrá-lo, para que ele pudesse viver em outro país (provavelmente o Brasil), sem que a Justiça o perseguisse. Porém o investigador descobre a trama e “prende” o chantageado até que a carga do tubo se esgote.  “Aí, ele vai lá e prende o cara, né?” Nananinanão! O investigador deixa o cara morrer lá dentro, asfixiado! Brilhante!

Querem saber, nenhum autor brasileiro teve cojones para escrever uma cena dessas. Um autor mexicano teve. É por isso que eu os respeito. E sinto saudades de novelões mexicanos, com seus excessos de maquilagem, fixador nos cabelos, rezas à Virgenzinha e maldades aos baldes.

07/08/2010

Pesquisa? Me inclua fora!

Como alguns de vocês não sabem, eu conto: puxei dezessete anos e dez meses no Banco do Brasil e, depois de alguns anos dentro  daquela instituição, eu tomei o caminho que quase todos os bancários tomam: filiei-me ao sindicato. Era cool, afinal, a gente estava entrando no período de redemocratização. Era a época ém que se ouvia Gonzaguinha, Geraldo Vandré, lia-se o tablóide Movimento, ficava-se sabendo, com horror, tudo o que os “gorilas” de verde nos escondiam. Claro, eu tinha vinte anos e é absolutamente legal que a gente tenha esse tipo de idéia. O chato é chegar aos cinquenta acreditando nessas coisas. É como usar fraldas ou tomar mamadeira antes de dormir, ouvindo a mamãe contando historinhas de fadas. Ou como o vizinho de baixo, que está calvo e o que lhe resta de cabelos está preso num rabo-de-cavalo ensebado, ARGH!

Seguinte: estamos em período eleitoral e, além das musiquinhas de arrepiar cabelo de estátua e das promessas mirabolantes, somos assolados por pesquisas. Pesquisas feitas por institutos sérios, pesquisas feitas por pessoas que mal sabem contar os dedos das mãos (são dez, para quem já esqueceu). Eleição é um negócio esquisito, pois você acaba votando em quem não gosta, para que o que é pior que ele não ganhe. E, toda vez que eu sou obrigada a sair do meu cafofo para enfrentar uma fila e digitar um numerinho e “confirma”, eu me lembro de uma eleição microscópica da qual eu tomei parte, faz um bocado de tempo.

Era nos tempos do rei, quer dizer, do BB, e eu estava fazendo um curso de prevenção de incêndios. Éramos em dezessete valientes e pegamos um período de campanha salarial, que sempre acabava em greve. Nós estávamos fora da agência e uma sindicalista que fazia o curso disse que a gente deveria participar da greve, também. Eu discordei. “Vamos colocar em votação”, disse ela. Concordei. Lembrem-se, éramos em dezessete. Ao final da votação, deu 9x8 pela não paralisação. “Ah, xente, acho que não ficou clara a posição do pessoal … Vamos fazer nova votação?” Tudo bem, vamos fazer nova votação. E deu 9x8 pela paralisação. “Bem, xente, como está resolvido pela assembléia soberana, a xente está em greve, também.”

Vá esperando. No dia seguinte, no horário do curso, lá estava eu. Fiz questão que ficasse constando na ficha do professor que eu tinha ido até lá e, como não havia ninguém, eu tinha ido embora. Sacanagem!

Deu para perceber como funciona a “democracia” para esse povo? Se o resultado é favorável à minha idéia, não vale. Agora, se é favorável à idéia deles, está tudo certo. Dá para perceber porque eu não gosto deles, apesar de já ter votado neles, de já ter feito campanha … quase.

Neste momento, cabe uma frase muito boa de George Orwell, aquele mesmo que escreveu “1984” e “Animal Farm”:

“Você tem de ser um intelectual para acreditar em tamanho absurdo. Nenhum homem comum seria tão imbecil.”