12/10/2012

O personagem da semana

Ruy Castro escreveu “Saudades do Século  XX”, falando de atores, cantores e diretores que marcaram o século, mesmo antes de seu final.

Pois eu vou na linha e vou falar sobre o que me traz um pouco de saudades do século passado.

Começo com um dos melhores – na minha opinião – compositores/cantores da música norte-americana.

Paul Frederick Simon nasceu em Newark, em 13/10/1941 e formou dupla com seu eterno partner, Art Garfunkel, desde adolescente. Entre idas e vindas de grupos, Simon descobriu que uma de suas músicas, ”The sound of silence”, estava fazendo sucesso, numa versão “eletrificada”. Dalí para o estouro, um passo. Escreveu “Mrs. Robinson”, para o filme “The Graduate” (A primeira noite de um homem) e, com Garfunkel, gravou seis álbuns, todos premiados com o Disco de Ouro. Eu sou suspeita para falar, pois sou fã dos rapazes desde meus doze anos, quando ganhei o primeiro compacto da dupla, “The Boxer”. Até hoje, essa canção me é cara ao coração. Simon sempre falou da solidão e dos “off-the-road” de Nova Iorque. Outra característica sua: a facilidade de se integrar em outros ritmos. Pode parecer estranho, mas ele foi um dos primeiros músicos a dar destaque ao reggae (Mother & Child Reunion), à música andina (El condor pasa), à música de New Orleans (Take me to the Mardi Gras) e, por fim, à música da África do Sul (pré queda do apartheid) e Brasil (Olodum), em “Graceland” e “Rhythm of the saints”. Confesso que, depois desse último álbum, perdi um pouco o contato com 0 baixinho, mas soube que ele fez uma homenagem tocante no último 11/09, em Nova Iorque. Ele foi casado com Peggy Harper (que, dizem, levou um puxão de orelhas do governo militar brasileiro em 1969, quando veio ao país, acompanhando Simon, que foi presidente do juri no Festival Internacional da Canção daquele ano. Ela estava usando uma camiseta com a faccia do cheguevara. Pessoalmente, estou com os militares); com Carrie Fischer (Princesa Leia de “Star Wars”) e, atualmente, está casado com a música Edie Bricknell, com quem tem três filhos. Aventurou-se pelo mundo do cinema, fazendo “One Trick Pony”, cuja trilha sonora é muito boa, e roubando a namorada de Woody Allen (yay!!) em “Annie Hall”.  E, sim, ele veio ao Brasil, mas, diferentemente de muitos estrelões, veio no auge do sucesso, quando gravou o disco com o Olodum e Milton Nascimento. E eu, claro, fui. Ganhei um ingresso – cadeira numerada – mas estaria bem com a patuléia, porque fiquei de pé o tempo inteiro do show. Não sei se o rapaz ainda dá aulas, mas era professor de Literatura na Columbia University, em Nova Iorque.

Homeless–by Paul Simon & Ladysmith Black Mambazo

Para terem uma idéia da força da música, um amigo meu, que achava Paul Simon extremamente comercial, aplaudiu de pé, ao terminar a audição. 

Outra coisa: as pessoas “bem-pensantes” (intelequituais) criticaram Simon por quebrar o bloqueio por causa do apartheid. Ele nem ligou para isso. E ganhou o Grammy de melhor álbum em 1987.

Apenas um senão: África do Sul tinha um governo repressivo. Há outros, baixinho,há outros …!

Procurem ouvir Graceland e Rhythm of the Saints. Dá vontade de sair dançando!!

Paul Simon acompanhou minha adolescência, minha vida adulta e, agora, estou redescobrindo o “rapaz”.

Saudades do meu século XX fica por aqui. Semana que vem tem mais!

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