15/08/2009

Miguxês, NEVER!!

Vamos ver se eu consigo ...

Com base nisto, eu resolvi tirar uma lembrança da mão da múmia:

como eu aprendi a ler e a escrever.

Quando pequena, eu ODIAVA ler, tinha uma preguiça mortal.

Fui salva por um senhor, patrão de minha mãe. Ele fazia suas coisinhas, esperava que eu terminasse de faze minha lição de casa e, então, lia Monteiro Lobato para mim. Ele tinha uma coleção linda, verde com letras e desenhos em prateado (bem Sonserina) e eu ficava me deliciando com aquelas histórias e com o jeito de ele ler. Depois, quando cresci um pouquinho mais, andava sozinha até a biblioteca para pegar o meu voluminho de Monteiro Lobato, para ler em casa. Isso, até o Natal em que minha mãe me deu de presente a coleção inteirinha (esta, em capa cor de vinho com letras douradas que desbotaram, depois de tanto manuseio).

Aprender a escrever foi, por outro lado, um drama. Não sei se foi pelo choque de sair de casa para dar de cara com quarenta meninas que vinham de diversas famílias (algumas mais ricas, algumas muito pobres), sei que era um desastre no ditado - aliás, sou um desastre até hoje. Cheguei a ficar muitas vezes de castigo por não conseguir acompanhar o que a professora dizia. Tudo bem, estávamos em fase pré-64 e os professores não eram esse bando de esquerdinhas mal preparados. As professoras eram "o deus do nosso universo", naquelas horas que passávamos dentro da sala de aula. E ai do aluno que ousasse ir contra as ordens. Era diretoria no ato! Não, não precisei de terapia por causa disso. O que me ajudou, nos tempos de terapia, foi descobrir que essa pressão pelo acompanhamernto da velocidade do ditado foi o que me fez ter uma letra tenebrosa até os 25/26 anos. Eliminada essa camada, minha letra começou a melhorar sensivelmente. Hoje, ela é legível, sim. Só não me peçam para escrever o que quer que seja acompanhando uma disputa de penais em que esteja envolvido o meu time do coração. Não sai NADA!!

No capítulo "escrita", houve um fato engraçado. Eu não gostava de escrever no verso das páginas. Como corrigiram esse "defeito de fabricação"? A irmã daquele senhor citado acima, também professora, tinha um acervo de carimbos MARAVILHOSO (será que é por isso que eu amo tanto carimbos ...?) e carimbou, em cada verso de página, um desenho bonitinho. Claro que eu queria pintar e escrever na página decorada. No ano seguinte, eu já escrevia frente e verso, normal!

Hoje, não consigo me expressar se não for pela escrita. E tento, na medida do possível, escrever direito. E, quando não sei o significado de uma palavra, não tenho vergonha alguma de recorrer ao dicionário, "o jardim do conhecimento", segundo uma professora de Lingua Portuguesa da USP. Grande Elisinha Guimarães!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

- Palavrões não serão permitidos.
- Qualquer defesa de ideologias de esquerda será excluída, sem aviso prévio.
- Tenha cuidado com sua ortografia.
- Textos longos serão excluídos, sem aviso prévio. Aliás, nem serão lidos.