15/10/2009

It's a MAD, MAD, MAD world of movies ...

Acho que, como qualquer adolescente (sem espinhas) em meados da década de 70, eu era fissurada na revista MAD, edição nacional. O humor era espertinho, alguns desenhos eram antológicos - os Mad Marginals, do Sergio Aragones, eram uma atração à parte; muitos se deliciavam com o humor negro de Spy x Spy, ou o "the lighter side of ..." - e eu poderia ficar horas, aqui, falando sobre as seções daquela revistinha magricela, mas que rendia um mês de diversão garantida. Uma das minhas partes favoritas era a de sátiras de filmes e séries de TV. Na verdade, uma dessas sátiras, a do filme "Nosso Amor de Ontem", estrelando Barbra Streisand e Robert Redford, quase fez minha irmã apanhar no cinema. Afinal, um bom filme lacrimoso só conseguia arrancar gargalhadas por parte da maninha, pois ela cometeu o erro grave de ler a sátira ANTES de ver o filme. O resultado não podia ser pior ... (*)

Algum tempo antes de eu ir para NYC, uma idéia absolutamente maluca passou pela minha cabeça: será que algum maluco não teria feito uma coletânea dessas sátiras de filmes da tevista MAD? Era uma boa idéia, mas não levei isso tão a sério.

Um certo dia, vagabundeando pela Rua 33, em Nova Iorque - a um quarteirão de Madison Square Garden, do Pennsylvania Hotel (sim, o que dá nome a esse simpático - bem ... - blog), encontrei uma loja de quadrinhos. Era a Jim Hanley's Universe, no n. 4 da Rua 33 Oeste.

Quase uma caverna do Aladim, tantos os tesourinhos. Gibis de todos os tamanhos, sobre todos os heróis da banda desenhada, livrinhos e ...

Eu parei, extasiada. Lá estava a edição, brochura, de "Mad about the Movies", editada por Nick Meglin e John Ficarra, de 1998. Estava no paraíso!!

MadAboutMovies

Ao folhear - e depois saborear cada página - foi excelente descobrir que os desenhos de Mort Drucker, Angelo Torres e os textos dos outros  participantes da "Usual Gang of Idiots" ainda se mantêm frescos, atemporais e divertidíssimos. Claro, rever qualquer um dos filmes depois de ver as sátiras é caminho certo para gargalhar no momento errado.

"As paródias de MAD alertaram-me para a máquina dentro da pele - da maneira que um filme poderia mostrar-se original por fora, enquanto que, por dentro, estava apenas reciclando as mesmas fórmulas idiotas."

(Roger Ebert, crítico de cinema, na "Introdução")

Não na mesma intensidade, as sátiras de MAD fizeram a mesma coisa comigo: comecei a prestar atenção às formulas que sempre se repetiam, fosse num filme, fosse nas novelas que infestam a TV aberta.

O grande problema é que, na procura da foto para este post, descobri que há um segundo livro: o "director's cut", com muito mais filmes. A edição é de 2008. Agora, eu vou ficar maluquinha até conseguir essa edição!

(a foto que ilustra o blog é do site da Livraria Cultura)

(*) Bem, posso dizer que, depois de ter visto "O jovem Frankenstein", "Banzé no Oeste" e "Robin Hood: Men in Tights", não consigo ver mais nenhum filme do tipo (terror, western ou filme de época medieval), sem me acabar de rir. Fazer o que, né?

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