31/12/2009

São Silvestre

Para mim, é o sinônimo de passagem do ano.  Não que eu saia por aí, correndo, longe de mim tamanha heresia. É que eu guardo lembranças boas dessas “passagens de ano”, quando a corrida de São Silvestre começava pouco antes das onze e meia da noite e a gente comemorava a mudança de ano vendo os corredores cruzando a linha de chegada. Era muito mais divertido que o tal “show da virada”, pode acreditar.

Fuçando na Internet, eu descobri que a corrida foi instituída em 1924, pelo jornalista Cásper Líbero, o mesmo que dá nome à avenida no centro da cidade e à faculdade de jornalismo, uma das melhores, uma vez que os estudantes podem fazer suas artes em jornais, rádio e televisão de verdade. Pois o jornalista havia visto uma corrida de rua em Paris e resolveu trazer a novidade para o Brasil, mais específicamente para São Paulo. O traçado básico mudou muito pouco: Paulista, Consolação, ruas do centro, um pouquinho de Bom Retiro, Pacaembú, Centro Velho e subida pela Brigadeiro Luiz Antônio, tendo com chegada o prédio da “Gazeta” (n. 900 da Av. Paulista, para quem é de fora). E, para quem é de fora: subir a Consolação ou a Brigadeiro é dureza. Estas duas grandes vias separam os homens dos mariquinhas, as mulheres das … mulherzinhas. Normalmente, é na subida da Brigadeiro que o campeão deslanchava.

De 1924 a 1944, a prova foi exclusivamente brasileira – e masculina. Em 1945, foram “admitidos” estrangeiros e, a partir daí – e excluindo 1945, com Sebastião Monteiro, o último brasileiro a ganhar – foi um martírio para os atletas brasileiros, que eram gozados aos montões, por nunca conseguirem ao menos subir no pódium. E a prova foi vencida por Emil Zatopek, a “Locomotiva Humana”, ganhador de TRÊS medalhas olímpicas em Helsinki, ,por Gaston Roelants, um belga que teve a cara-de-pau de ganhar QUATRO VEZES (1964/65 e 1967/68); Victor Mora, o colombiano que ganhou em 1972/73 1975 e 1981; Rolando Veras, o equatoriano que venceu a prova de 1986 a 1989.

Em 1980, o Brasil finalmente desencantou, com José João da Silva e, desde então, os atletas brasileiros têm sido figurinhas fáceis entre os cinco melhores colocados.

Em 1975, Ano Internacional da Mulher, foi criada a prova feminina, e, neste ano, a vencedora foi a alemã Christa Vahlensieck. A grande vencedora da competição feminina ainda é Rosa Mota, portuguesa baixinha e elétrica, que venceu as corridas de 1981 a 1986 – SEGUIDAS! A primeira brasileira a vencer foi Carmen de Oliveira, em 1995.

De 1992 para cá, Brasil e Quênia vêm dividindo os melhores lugares, sendo os papões   Robert Chemwoyo, Paul Tergat e Robert Cheruyiot. Entre os brasileiros, Marilson Gomes da Silva já ganhou duas vezes.

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