27/03/2010

Prestação de contas

Você sabe quando está lidando com gente infantilizada?

É quando você participa de uma micro assembléia de dezessete pessoas, para decidir se o grupo participaria ou não de uma greve e, quando o resultado é 9x8 CONTRA a greve, o resultado fica “incerto”. Quando o resultado é 9x8 A FAVOR da greve, fecha-se a questão.

Eu passei por isso, faz 24 anos, num curso da CIPA, quando eu trabalhava para o BB. Eu? Fui contra a greve nas duas vezes. E no dia seguinte, apareci na aula e só não entrei porque o instrutor me convenceu que seria sacanagem para com os outros. Porém, eu fiz questão de que meu nome constasse da lista.

Um pouco antes, na História/USP, uma aula foi interrompida para que os alunos participassem de uma assembléia (anos de formação da Liberdade e Luta, vulgo LibeLu, mala semilla do partido que nos desgoverna atualmente).

A professora perguntou à proto-mafaldinha:

- Vai quem quer?

E a proto-mafaldinha:

- Claro, professora, é um processo democrático. Vai quem quer.

Aula interrompida, os alunos se mandaram (du-vi-de-ó-dó que muitos deles não tenham parado no barzinho do DCE para uma cerva em copo americano, pois, afinal, não somos burgueses!)

Eu fiquei na minha cadeirinha, lendo um texto super-chato, mas necessário para uma das próximas aulas.

Aí, reaparece a proto-mafaldinha:

- E aí, pessoal, vocês não vão para a assembléia?

E eu, lá do fundo, sem levantar os olhos da apostila:

- Você disse que é um processo democrático e quem quem quer, vai. Pois eu não quero ir.

Meus amigos, eu nunca me senti tão bem na minha vida!

E por que eu estou me lembrando disso, agora? Porque estamos em ano eleitoral. E porque os sindicatos estão fazendo da vida das pessoas trabalhadoras que moram em São Paulo um inferno. Sexta feira passada, cheguei em casa quase oito e meia da noite (tendo saído do serviço às cinco e meia!), por causa de uma “passeata” dos “professores em greve”. Professores?? (du-vi-de-ó-dó!) São um bando de incompetentes que se encostam nasbenesses do sindicato sustentado pela malfadada contribuição sindical obrigatória, fora outras “entradas de dinheiro” que eu nem quero saber de onde vêm, para não estragar a digestão do meu almoço de sábado.

Cada vez que esse pessoal geme por “direitos de cidadania”, “democracia”, “liberdade”, eu tenho vontade de sacar minha vuvuzela (corneta sul-africana) e soprar, com vontade, nas orelhas deles.

Estamos esperando pelo “salve” dos “mano” do PCC. Como eles dizem, vão tocar o terror. E a gente no meio …

Freedom not Free

Medo? Todos temos.

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Voltei a trabalhar. Agora, numa assessoria contra lavagem de dinheiro. O que eu faço? Redijo sínteses para notícias.

Notícias … Em três semanas, estou entrando em “síndrome de desregulação temperamental com disforia”. Tristei

O que tem de “ações de improbidade administrativa” – de vereadores a presidente metendo a mão no Tesouro que nós sustentamos com nosso trabalho – a traficantes de todos os tamanhos. Sei lá, eu me sinto como uma auxiliar de enfermagem que vê bebês morrendo por infecção e não pode fazer nada.

Agora, voltar a trabalhar … Foi uma boa. Principalmente porque estou colocando minhas contas em ordem e, possivelmente em agosto, estaremos no mais absoluto azul. Ou seja, a partir de agosto, damos partida a mais um plano “New York/Washington”.

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