Turista no próprio bairro

Hoje eu tirei a manhã para “brincar” de turista na cidade. Na verdade, no bairro. Bem… Para falar a verdade verdadeira, fui fazer o Palestra-Tour, um passeio guiado dentro do Parque Antártica.

O estádio é antiguinho e meio acanhado, para o time que tem (ou tinha).

O que me emocionou foi a visita à sala de troféus. Impressionante ver o tamanho de certos prêmios, depois de meses de sofrimento. Umas “tacinhas” pequeninas …! (Brincadeira! Valem o suor de grandes jogadores).

Visitamos o camarote da presidência – chique, pero …

     (esta é a visão da sala refrigerada, à prova de som, para os tontões não ouvirem as palavras de “incentivo” que a torcida lhes dedicam)

A gente anda para um lado, anda para o outro e chega até o vestiário. Quem já viu os vestiários do Barcelona (eu não tive a chance), diria que os vestiários do palestra são de uma pobreza … franciscana.

Então, fomos levados ao campo. Eu já entrei no campo do Mineirão e tentei imaginar mais de vinte mil pessoas gritando meu nome (Didi! Didi!!) e não funciona. Quando a gente não nasceu Paulo Ganso, Robinho, Fernandão ou São Marcos de Oriente, não funciona.

(estou sendo fiel à marca. Tenho o monitor Flatron, o Samsumg Corby e a máquina digital. Eu fiz a minha parte – hehehehehe)

E, claro, consegui vencer a minha crônica timidez:

    Olha eu, tocando o “símbolo sagrado” !!!

Agora, o que quase me matou de rir foi isso:

Esta é a “ata” original do jogo de 20 de setembro de 1942, Palmeiras 3 x 1 São Paulo, no Pacaembu. O primeiro jogo oficial da Sociedade Esportiva Palmeiras, depois de 28 anos como Palestra Itália. “Se não nos querem Palestra, seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões.” (sniff!!) Note-se o que o pessoal escreveu na “ “ata”:  “Fugiu!!!”. Por que? Quem forçou a mudança do nome do time foi o São Paulo, que havia orquestrado uma vaia monumental ao time dos “carcamanos”. Só que o time entrou em campo carregando a bandeira brasileira (lembrem-se, estávamos em pleno governo Vargas, nacionalista até as orelhas). Ganhou o jogo, o campeonato e rendeu uma frase do jogador Junqueira (um dos três que tem busto no Parque): “Morre  O PALESTRA LÍDER, e  nasce O PALMEIRAS CAMPEÃO ! ”

Bons tempos. Nesses últimos anos, o time foi encolhendo, disputou um ano de segunda divisão (que esse ano pereça e morra!), tem passado por enormes tropeços, todos causados por um corpo presidente omisso e sem fibra, por uma equipe técnica que não tem o menos compromisso com a história do time. Não falo dos jogadores, pois eles não têm culpa de serem um bando de pernas-de-pau. Tirando o goleiro titular, os demais são de desconfiáveis para baixo. Mas isso passa. isso também passa.

E por que eu fui fazer esse “passeio”? Porque o Palestra Itália vai ser fechado para reformas. Na verdade, para construção de um novo estádio, uma “arena”, com 41 mil lugares, teto retrátil, blablabla whiskas sachet, e o time …?

Sim, e o time? Afinal, o “clube” foi formado aoredor do time de futebol. Se o time some, vamos ter um excelente lugar para shows de todos os tipos, menos … jogos de futebol.

Isso, é claro, se essa história não se tornar aquele “pesadelo” que é o “estádio” dos torcedores da marginal sem placa de número.

Não precisa muito para transformar um time de grande história na piada da hora.

E, como sempre, acabei passando pelo Parque da Água Branca, para ver um de meus inúmeros gatos.

Que paz, hein??