15/11/2010

Caçando batatadas

Não vou contar o santo, nem d onde eu tirei isso. Posso garantir, com certeza, que foi de um jornal.  Depois disso, eu fiquei me perguntando se não é realmente necessária a exigência de diploma para jornalismo. Só bacharelado, não. Pós-doutorado em alguma grande universidade FORA do Brasil. Para que não aconteçam batatadas como as que seguem:

- Citando a condenação de uma prefeita:

“(…) o juiz aplicou a multa de R$ 21.282,00 à vereadora e determinou a sua inexigibilidade por oito anos. (…)”

Notaram? “Inexigibilidade”. Qualdidade do que é INEXIGÍVEL, ou seja, que não é necessário. Bem, com uma prefeita que é multada em R$ 21.282,00, realmente, sua exigibilidade não é muito … ahn … exigível . A palavra correta, no caso, seria “INELEGIBILIDADE”, qualidade do que não pode ser eleito.

- Citando o desvio de valores de uma empresa:

“(…) Posteriormente, 99,9% do capital social foram transferidos para outras empresas, com sede no Uruguai e, depois, no estado norte-americano de Delaware - ambas as localidades consideradas paraísos fiscais pela Receita Federal do Brasil. (...)

Uma olhadinha aqui, dá para entender onde o pessoal errou. Erro de interpretação. O pessoal está lendo e não está entendendo o que está lendo!

(…) A grande vantagem de Delaware é que, embora o Estado ofereça um tratamento fiscal diferenciado dentro dos Estados Unidos, que faz com que mereça ser conhecido como paraíso fiscal mesmo pelos americanos, ele não é considerado como tal pela Receita Federal brasileira. (…) Ou seja, não é considerado paraíso fiscal!!

- uma outra batatada: citando a prisão de um sujeito pelo estupro de uma criança (CANALHA!), o intrépido redator saiu-se com um “estupro de VENERÁVEL”, no lugar do bom e velho – pero no mucho – estupro de VULNERÁVEL (em lingua castiça, “statutory rape”)

Remédio? Ler mais. Ler obras decentes. Tudo bem, pode ler “Crepúsculo”, “Comer, Rezar, Amar”, “ O ladrão de pipas”. Mas ler, também, Eça de Queiróz. Machadão. Erico Veríssimo (deixe o luiz fernando de lado. Ah, sim, o chico buarque também). Ler bons jornais – tá, esqueça esse. Ler boas revistas (Dicta & Contradicta. carta capital está terminantemente proibida. Genocídio de árvores). E escrever. Escrever muito. Escrever de montão. Recorrer, sempre que necessário – e sempre é necessário – a um BOM dicionário. Não ter vergonha de recorrer a uma BOA gramática, quando aparecer alguma dúvida. E eu posso dizer que elas aparecem. Como se dizia antigamernte, “aos magotes”. O que quer dizer? Procure no dicionário. Afinal, bem ao contrário0 do “pai dos burros”, o bom dicionário é o “jardim do conhecimento”, como dizia minha professora de Lingua Portuguesa I & II, na faculdade, D. Elisinha Guimarães.

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