02/11/2010

Delírio de grandeza?

Participo de um grupo de pessoas que adora HQ e, claro, vivendo no Brasil, tem suas opiniões sobre quadrinhos e – que remédio? – política. Num universo de cento e tanto milhões, claro que há pessoas que apóiam o governo, e pessoas que não apóiam o governo, e pessoas que não estão nem aí, desde que o cartão de benefício social esteja carregado no dia certo. De certa forma, eu espero que meu cartão de benefício esteja carregado, uma vez que eu contribuí por trinta anos e quatro meses para isso. Ponto. Alguns reclamam das políticas assistencialistas do governo – eu entre esses – que, de certa forma, estão criando um bolsão – hein? – de pessoas que vivem nas costas do cidadão produtivo. Outros acham que isso foi o que de melhor o governo que continua fez, pois os governos anteriores se esqueciam dos “pobres”. Uma coisa me ocorreu, então: é realmente preciso que o governo arregace as mangas para aliviar o sofrimento dos mais pobres? O cristão – ou ateu, umbandista, espírita – não pode arregaçar as mangas, ele mesmo, e fazer alguma coisa para mitigar o sofrimento do próximo em necessidade? Confesso que não tenho feito isso, e o que acabei de escrever me serve de puxão de orelhas. Antes tarde, não …? O ponto está nas pessoas que acham grandioso o projeto do governo, de erradicar a miséria. É um projeto grandioso, mas um tanto quanto … desvestir um santo para vestir outro. Um dos “foristas” dizia sentir um pouco de remorso ao ver sua estante cheia de revistas, enquanto havia gente passando fome “lá fora”. Grande! Será que nunca passou pelo vestíbulo de sua mente pegar a mesma quantia e, digamos, mandar para a equipe social de sua igreja? Dez, vinte reais, que sejam, dá para comprar arroz, óleo, feijão, açúcar … Ou melhor: juntar com seus amigos de hobby e fazer cestas básicas para pessoas que você sabe que estão em necessidade. Porque há uma coisa interessante, nessa “réplica”: esperam que o governo faça o trabalho, pois ele pode chegar a um número maior de pessoas. Porém, a partir do momento em que a gente começa a ajudar o “próximo”, a coisa começa a andar. Não é preciso ajudar a todos – mesmo porque tem muita gente que não quer ser ajudada, ou já teria procurado ajuda. Melhor: não é POSSÍVEL ajudar a todos. Uma pessoa só não consegue ajudar a todos. Então, já que eu não posso ajudar a todos, eu deixo que o governo os “ajude”, criando uma legião de ainda-miseráveis, dependendo da boa vontade oficial. Legal, né? (imaginem-me fazendo um sinal de positivo, aqui). Melhor ainda: você não poderia utilizar suas habilidades para, com uma hora ou pouco menos, ajudar uma criança com dificuldades na escola, um jovem às voltas com um curriculo para seu primeiro emprego, essas coisas que caem como goteira nas secretarias das igrejas, templos, casas de pai-de-santo. A isso se dá o nome de VOLUNTARIADO. É a partir daí que as coisas começam a se movimentar. Só que eu não sei de onde veio esssa droga de pensamento que a gente não pode fazer nada, precisa o governo enfiar suas mãos na massa. Em resumo: somos um bando de bobões, mesmo. E, pensando bem, é muito confortável pensar que, já que eu não posso fazer de todos, milionários da mega-sena com casa em Alphaville, BMW na garagem e freezer recheado, não faço nada. Se não posso fazer o máximo, não faço nada. Deixo que o governo faça, do jeito dele, sem nem ao menos cobrar uma prestação de contas. É, eu não sou legal, não acredito em promessas de “um mundo melhor e possível”. Acredito em arregaçar as mangas, trabalhar duro, seguir os Dez Mandamentos e, sempre, agradecer a Deus pela vida que nos deu. “É, mas e aquelas pessoas que não têm o que comer, não têm um teto …?” Nem o mundo, nem Roma foram feitos em um só dia.

Ah, sim, e também sou contra o aborto.

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