04/02/2010

Inculta e feia

Eu confesso: não sou uma escritora. Gosto de escrever, mas, de vez em quando, tropeço numa ou noutra palavra, isso quando eu não sei, MESMO, como a dita cuja é escrita. Gosto de escrever, gosto de juntar palavras, dar-lhes um sentido e, com esse sentido, passar uma emoção.

Eu não sei desde quando isso está acontecendo – a primeira vez que me deparei com tal assunto foi na faculdade, em 1988, quando se escrevia folhas e mais folhas de papel falando sobre a norma culta e o jeito de as pessoas falarem nas ruas. Eu mesma, quando escrevo aqui, uso alguns coloquialismos, como um “tá bão”, um “menas”. Só que alguns professores estão entrando de sola nessa história de “qualquer forma de escrever vale a pena”, querendo que a gente não seja preconceituoso com o “saber lingüistico” das pessoas. (Isso de “saber lingüistico” é coisa de pensamento esquerdista, SIM!).

Tudo bem, não quero ser preconceituosa, mas o que a gente pode fazer quando dá de cara com uma coisa escrita assim?

“alimantaçao-falta de apetite

oi gente!
eu tenho uma york!
ela tem 3 aninhos,e o nome dela e tatty.
ela tava sem comer !
agente nao sabia o que fisesse mais!
entao agente resolvel levar para o veterinario,
entao ele mandou agente ir fazer um isame de sangue!
agente fez e o resutado deu que ela tava com a duença do carrapado.
essa doença ela acontece quando so
um carrapato contaminado pica o cachorro
ai entao o veterinario passou uma pirula e ela tomou 4 indeçao
em quatro e quatro dias
mais agora ela comi tudo
e ainda bem que ela forte e bem gordinha.”

Resultado de uma alfabetização porca, uma falta de leitura nojenta e uma ausência total de cuidado por uma coisa tão importante quanto o idioma que falamos. Talvez as pessoas não tenham se dado conta, mas o idioma, tanto quanto uma bandeira, um hino, é um símbolo de nossa nacionalidade. E se a gente trata assim o idioma que falamos, que dizer do resto …?

Só que um professor consciente não pode fazer o que eu fiz, pois ele (o professor) estaria  ‘constrangendo’ o aluno diante de seus companheiros.

Este é um sinal de decadência. Mais algumas gerações e estaremos grunhindo. Falô, brô?

PS 1: Eu sei, para um Machado de Assis, acho que estaria escrevendo como a garotinha que escreveu o texto acima.)

PS 2: O duro é ver uma coisa escrita nesses termos e as fotos que acompanham … Massacre!!

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