03/02/2010

Unlucky Lindy

Aqui, eu já falei de um dos meus heróis, Yuri Gagarin, o primeiro homem a ir para o espaço, literalmente.

Hoje, vou falar do homem que, de certa forma, permitiu que isso acontecesse.

Nascido em 04/02/1902, em Detroit, Charles Lindbergh devia ter formigas nas calças, bicho carpinteiro e fogo no rabo, para encasquetar uma aventura dessas: ligar Nova Iorque a Paris num vôo sem escalas. Atualmente, uma brincadeira de pouco mais de seis horas. Em 1927, o vôo durou 33 horas e trinta minutos, do campo Roosevelt, perto de Nova Iorque até o campo de Le Bourget, em Paris.

O “possante” que levou-o nessa viagem?

Esta casca de noz:

SDC10614

O Spirit of St. Louis tinha 8 m de comprimento, 3 m de altura, envergadura de 14 metros. Tinha, de peso brito, 2.330 kg; peso líquido, 975 kg. E um HOMEM nos controles.

lindbergh1 (Lindy, como ficou conhecido na época, é o do meio)

Pois ele chegou em Paris e começou aquela festa. Foi para a Bélgica, outra festa. Londres, também. Ele era o deus, o super-herói. E o super-herói acabpu encontrando sua Lois Lane, na figura de Anne Dwight Morrow, filha do então embaixador americano no México.

Casaram-se e foram felizes, né? Quisiera ….

Em 1.o de março de 1932, o primeiro filho do casal, Charles Lindbergh Jr. foi sequestrado de sua casa, em Hopewell, Nova Jersey. O que devia ter sido uma investigação séria, transformou-se num grotesco carnaval. Depois de algum tempo, um corpo de criança, em avançado estado de putrefação foi encontrado. O Coronel Lindbergh identificou positivamente os restos como sendo de seu filho sequestrado. A partir de então, a caça ao sequestrador-assassino aumentou, até chegarem a Richard Bruno Hauptmann.

Outro grotesco carnaval desaguou na condenação de Hauptmann à morte pela cadeira elétrica. (Não que eu acredite que ele era completamente inocente. O carnaval ajudou a “fritar” o pobre sujeito. Eu fico me perguntando o que teria acontecido se, naquela época, houvesse os recursos de hoje: luminol, DNA, essas coisas.)

Depois desses acontecimentos cruéis, o Coronel e sua esposa tiveram outros filhos (cinco, no total) e continuaram vivendo sua vidinha tranquila, até que estourou a 2.a Guerra Mundial. Acontece que Lindbergh era partidário do America First, um grupo grande de pessoas que achavam quie os Estados Unidos deviam cuidar de sua vida e deixar que os outros se matassem como quisessem. Resultado? Lindbergh foi taxado de traidor.

Every generation throws a hero up the pop charts” - Joga para o alto e para baixo.

Este é o Lindbergh que todo mundo conhece, que morreu  em 26/08/1974, no Havaí.

O que pouca gente sabe é que ele, trabalhando com o Dr. Alexis Carrell, conseguiu desenvolver o coração artifical. Tudo por causa da cunhada de Lindbergh, que sofria de uma doença cardíaca … Ah, sim, e, no meio tempo, convenceu os Guggenheim, família milionária de Nova Iorque, a investir nos sonhos malucos de Robert H. Goddard, um dos pais dos foguetes modernos. Como eu disse, lá em cima, Lindbergh foi um dos “pais” da astronáutica. Um pai meio torto, mas foi.

Depois de tanto bla-bla-bla, sugiro uma leitura:

Lind Bio-Cia das Letras                         (Não, não olhe “dentro”)

Lindbergh, de A. Scott Berg, que saiu pela Cia. das Letras. É um tijolaço. Dois terços do livro falam sobre o vôo e sobre o sequestro do filho do aviador. Para quem gosta de assuntos técnicos, tem bastante. Como eu cheguei a esse livro? Bem, para quem gosta de gaitas de foles escocesas e leitura …

Nenhum comentário:

Postar um comentário

- Palavrões não serão permitidos.
- Qualquer defesa de ideologias de esquerda será excluída, sem aviso prévio.
- Tenha cuidado com sua ortografia.
- Textos longos serão excluídos, sem aviso prévio. Aliás, nem serão lidos.