Num mundo ideaaaal ....

Um dos meus filmes favoritos (entre muitos ...) é "A vida de Brian" (Life of Brian), de 1979, do grupo inglês Monty Python. O filme narra a vida e encrencas de Brian, um sujeito que nasceu na mesma noite e na manjedoura vizinha à de Cristo. A semelhança, por assim dizer, pára aí (não respeito o acordo ortográfico). O pessoal costuma dizer que o filme é anti-religioso, mas não há um só momento no filme em que isso seja expresso. O que aparece, e com tintas carregadas, é uma crítica feroz aos grupelhos políticos (a reunião da célula do People's Front of Judea lembra, e muito, as reuniões de sindicato das quais eu fui vítima, durante meu período bancário: fala-se muito e não se decide nada. Aliás, como qualquer reunião). Os momentos ditos "religiosos" são: o nascimento de Cristo, tratado com leveza e respeito; e o Sermão da Montanha, que também é tratado com extremo respeito.

Segue, abaixo, um dos diálogos mais insanos - entre muitos - do filme.

Stan: It's every man's right to have babies if he wants them.
Reg: But you can't have babies.
Stan: Don't you oppress me.
Reg: Where's the fetus going to gestate? You going to keep it in a box?

Judith: [on Stan's desire to be a mother] Here! I've got an idea: Suppose you agree that he can't actually have babies, not having a womb - which is nobody's fault, not even the Romans' - but that he can have the *right* to have babies.
Francis: Good idea, Judith. We shall fight the oppressors for your right to have babies, brother... sister, sorry.
Reg: What's the *point*?
Francis: What?
Reg: What's the point of fighting for his right to have babies, when he can't have babies?
Francis: It is symbolic of our struggle against oppression.
Reg: It's symbolic of his struggle against reality.