31/10/2010

Ode à burrice

Entre um zilhão de coisas que me irritam – rap, horário de verão, horário político eleitoral, um certo partido criado em São Bernardo, cachorros que tentam me morder, o time da marginal sem placa de número – eu tenho uma particular aversão ao “politicamente correto”. Essa praga veio das universidades americanas, numa tentativa de fazer com que, em se mudando o nome da coisa, a coisa deixe de se ser tão ruim assim. Ou seja, se você chamar um anão de “verticalmente prejudicado”, aparentemente vai deixá-lo menos … anão. Existem um quazilhão de novas expressões mais “sensíveis”, como “afro-brasileiro” para os antigos “negros”. Só que o pessoal se esquece dos líbios – que não são negros e são “afro”, assim como os egípcios. Ou seja, é de uma estupidez transoceânica. O que me fez escrever foi o seguinte: professoras da Universidade de Brasília (tinha que ser …!) declararam que as escolas não podem permitir que os aluninhos leiam “Caçadas de Pedrinho” pelo seu forte conteúdo … racista. Desde pequena, eu leio Monteiro Lobato. Cansei de ler as batatadas da Emília, chamando a Tia Nastácia de “negra beiçuda”. Incontáveis vezes eu li o livro. E NUNCA – percebem? – NUNCA chamei ninguém de “negra beiçuda”. Por que? Porque em casa havia duas coisas de sobra: educação e respeito. Agora me vem uma “professora” dizendo que o livro não pode ser indicado aos alunos pois os professores não estão preparados para lidar com as questões que serão levantadas. Que questões? Um primo e uma prima podem brincar tranquilamente, sem que se levante uma questão sexual entre eles? Que eles podem usar o famoso “pó de pirlimpimpim” sem que se pense em “cocaína”? Que duas crianças podem, sim, confiar em alguém com mais de trinta anos e seguir as instruções de uma velha senhora? Que um menino pode, sim, aventurar-se pela “floresta” armado de estilingue – ou bodoque – e não ser preso pelo Ibama? Que todos eles podem brincar de roda e cantar “atirei o pau no gato-tô” sem que ninguém vá sair por aí atirando, efetivamente, pau no gato-tô? Caramba …! E nenhum professor está preparado para dizer que tudo aquilo é IMAGINAÇÃO? É um mundo mágico, como Hogwarts? Caramba …! Será qeu nenhum professor sabe distinguir o real do imaginário? E será que nenhum professor está preparado para dizer aos seus pupilinhos que chamar alguém de “negra beiçuda” é uma grosseria e uma grande falta de educação? Isso não é uma questão de escola, é uma questão social, de grande falta de educação que não está sendo dada EM CASA! E eles se chamam professores, educadores, pedagogos …  Eu os chamo de cretinos, idiotas e estúpidos convencidos. Assim sendo, ninguém deverá ler “… e o vento levou!” dada a enormidade de termos decpreciativos contra os negros. Diria Dr. Henry Jones: Que acham de ler os livros, em vez de queimá-los?

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